A sociedade do Antigo Regime tinha uma concepção rígida e hierarquizada. Cada ordem
correspondia a uma categoria social quer definida pelo nascimento, quer pelas funções sociais
que os indivíduos desempenhavam. Cada ordem tinha o seu código de conduta social, onde são especificadas as honras, direitos e deveres, que poderiam ir desde os símbolos sociais,
profissões e mesmo vestuário. Para além disto tudo, cada ordem tinha, também, especificidades no campo da justiça. Essas distinções eram garantidas pelos monarcas que legislavam nesse sentido, publicando leis sumptuárias, ou Pragmáticas. Assim, tratava-se de uma organização social rígida que só o rei podia abrir excepções.
Apesar da já falada hierarquia, a mobilidade social existia, sobretudo na ascensão do terceiro
estado (burguesia, especificadamente).
A burguesia, por ser uma ordem com bastante dinheiro, usufruiu de uma “subia rápida”,
devido ao declínio da nobreza de sangue, tornando-se assim pertencente à nobreza de toga. A
nobreza de sangue não resistiu à atracção da fortuna destes recém-chegados, casando os seus
filhos com os desta nova nobreza. Além do dinheiro, foram também a instrução e a dedicação
aos cargos de Estado desta burguesia que abriram as portas do topo, visto que os nobres
negligenciavam todo o tipo de conhecimento.
Quanto ao poder real, desde a idade média que se identifica com o poder supremo, próximo
de Deus e por ele legitimado. Segundo Bossuet, o poder real conjuga quatro características
básicas:
⇒ É sagrado, porque provém de Deus que o conferiu aos reis para que estes exerçam
em seu nome;
⇒ É paternal, por ser este o poder mais conforme com a natureza humana e, por isso, o
rei deve satisfazer as necessidades do seu povo;
⇒ É absoluto;
⇒ Está submetido à razão, à sabedoria.
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