O século XVII foi um século sombrio e difícil. Com graves problemas, a população da altura
ora aumentava, ora estagnava, chegando por vezes a diminuir. O crescimento demográfico não
seguia um padrão estável.
As taxas de mortalidade e natalidade permaneceram altas durante esse século, o que fazia com que a esperança média de vida fosse bastante reduzida
(25-30 anos), surgindo assim sucessivas crises demográficas. No entanto, a essas crises
sucediam períodos de acalmia em que se intensificava a nupcialidade e crescia a diferença entre o número de nascimentos e óbitos.
Como toda a causa nasce de algum problema, estas oscilações demográficas no século XVII
têm nascimento em quatro grandes problemas:
- Irregularidade das condições climatéricas – invernos rigorosos alternavam com
verões particularmente frescos e húmidos que afectaram as colheitas. Más produções
agrícolas provocam crises alimentares que geram subnutrição e fome. As crises de
subsistência sucedem-se devido à subida dos preços. - Economia pré-industrial – o facto da base económica ser a agricultura e não existir na
mesma um progresso tecnológico eficaz para combater as pragas, obrigava o camponês
a estar à mercê das condições climáticas e da fertilidade natural do solo. As longas
jornadas de trabalho, a pobreza e a precariedade das estruturas de higiene e saúde,
enfraqueciam os corpos e organismos, levando ao próximo problema: - Doenças – é nos corpos debilitados que as doenças se instalam com maior facilidade.
As epidemias, ao contrário das fomes, atingiam todos, mesmo os mais ricos, obrigandoos
a fugir. - Guerras – este século foi um século de guerras permanentes, provocando a destruição
de terras, paralizamento da economia, subida dos impostos e proliferação de epidemias.
(Neste campo, destaque para a guerra dos 30 anos)
Esta conjuntura estendeu-se até às primeiras décadas do século XVIII. A partir dos anos 30 desse mesmo século, a situação modifica-se, instalando-se um clima de crescimento próspero.
O crescimento ininterrupto do séc. XVIII é explicado por diversas razões: - Melhoria das condições climatéricas;
- Boas colheitas, o que provoca a diminuição das fomes e o arranque da revolução
agrícola; - Progressos técnicos e económicos (indústria, transportes);
- Desenvolvimento da medicina (prática das quarentenas, vacinação, obstetrícia);
- Melhoria das condições higiénico-sanitárias.
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