Depois do duro golpe de Alcácer Quibir, Portugal já tinha em 1640 uma corte e um rei que
não dividia com o país vizinho.
Foram os nobres as “cabeças” deste restauro da monarquia portuguesa. A sociedade
portuguesa alicerçava-se numa estratificação de ordens, baseada na desigualdade entre as
mesmas, onde cada uma distinguia-se pelas formas de tratamento, vestuário e estatuto diferente perante a justiça.
Nesta época, o clero reforçou o seu poder, devido à inquisição e aos Jesuítas. Mantinha-se
ainda conservador, rejeitando o progresso, o que conduziu a um bloqueio cultural do país.
A nobreza, por seu lado, tornou-se uma ordem poderosa, devido ao “nascimento” de uma
nobreza mercantilizada que ocupava os cargos de direcção do comércio ultramarino.
A nobreza passou a estar dividida em quatro estratos:
- Cortesã – da corte régia, patente no palácio real e usufruidora de bens e regalias
reais; - Espada/sangue;
- Toga;
- Mercantilizada.
Esta última era uma parte da nobreza que estava ligada ao comércio marítimo e aos cargos
administrativos no Império. O comércio foi um modo fácil de adquirir riqueza, complementando a condição de proprietários de grandes terras, onde era, também, onde iam parar os ganhos desse comércio: na compra de mais terras e bens luxuosos. Essa “estratégia” de ganho e poder fazia com que se tornasse mais difícil a afirmação da burguesia, impedindo assim as práticas capitalistas da actividade comercial. Outros dos grandes obstáculos à ascensão da burguesia foi a perseguição da Inquisição dos Judeus, já que eram estes os mais activos e ricos no mundo comercial da época.
Este atraso provocou um bloqueio do sistema produtivo e a um atraso económico de Portugal
em relação a outros países da Europa.
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