segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A família/casamento no Antigo Regime




• Na sociedade do Antigo Regime havia três círculos de sociedade: a família, a comunidade e o Estado.

• O círculo familiar é, de longe, o mais importante tanto a nível social, como económico.

• O casamento é o acto jurídico pelo qual se funda ou se forma um novo núcleo familiar. Representa assim um papel fundamental na estrutura social.
• Até ao século XVI o casamento era um sacramento e a Igreja a única entidade que sobre ele legislava.

• Características do casamento católico: requeria o consentimento mútuo dos esposos; obrigava à fidelidade recíproca e era indissolúvel. Perpetuavam também os laços de sangue e de linhagem, bem como, o património económico das famílias.

• Nos séculos XVII e XVIII o casamento adquiriu uma nova feição: a de um contrato em que os pais e as autoridades civis cada vez mais interferem.

• Casava-se tarde no Antigo Regime. Este casamento tardio consolidou-se como única resposta da população às dificuldades económicas dos tempos em que viviam e à crise demográfica.

• Critérios de escolha do cônjuge: o interesse comum das partes; a igualdade de condição social.

• Tanto na aristocracia como na burguesia letrada e mercantil, são os pais que regulamentam, pelo melhor, o casamento dos filhos. Era um casamento imposto, para salvaguardar a linhagem

• Entre as classes populares a escolha pessoal, sobretudo do noivo, influencia mais frequentemente a decisão dos pais. No entanto era um casamento livre, estabelecido por afinidades entre os cônjuges, mas tardio.

• Em relação à família – os cônjuges – dois corpos, uma só vontade – a do homem. O homem é a cabeça, isto é, o ser pensante, o organizador, o chefe! A mulher é o corpo; executa as ordens da cabeça, obedecendo-lhe, respondendo em uníssono aos seus estímulos como se de um único organismo se tratasse.

• Só a partir do século XVII é que se começa a notar uma lenta suavização da autoridade da mulher, no casamento.

• Nas famílias rurais o número de filhos era superior. Era necessário não de obra para trabalhar no campo. As meninas ficavam em casa aprendendo as lides domesticas, ao passo que os rapazes iam para o campo trabalhar. Por volta dos 18-19 anos eram normalmente recrutados para o serviço militar. Eram analfabetos.

• Nas cidades ou nos meios rurais e na alta sociedade os rapazes aprendiam a ler e escrever, ou em casa com um professor ou num mosteiro ou convento. Aprendiam para alem da educação normal, aprendiam também actividades específicas para a nobreza, como era o caso de montar a cavalo, a caça e o serviço militar .No entanto as raparigas eram educadas em casa para serem futuras esposas e a saber organizar festas. Aprendiam também a ler e a escrever, e normalmente uma língua estrangeira, o francês. Aprendiam também a tocar piano.