- e, possivelmente, pelo uso, ainda que diminuto, de praticas contraceptivas primitivas.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A natalidade no Antigo Regime
- e, possivelmente, pelo uso, ainda que diminuto, de praticas contraceptivas primitivas.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A mortalidade no Antigo Regime
• A ideia de morte provoca na população em geral 2 sentimentos: o de insegurança e o de medo. A igreja tenta esbater esses medos, prometendo o paraíso aos seus crentes. No entanto havia ainda o julgamento final, onde todos eram julgados. Nas camadas mais pobres o confessionário era a única forma de redenção dos seus pecados, ou seja possibilitava que a alma fosse para o céu. Nas camadas mais ricas a formula para obter a sua salvação era através dos testamentos que deixavam à Igreja legados fabulosos, tanto em dinheiro como em terras.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A Europa dos Estados Absolutos e a Europa dos Parlamentos
Sociedade de Ordens caracteriza-se:
- Estratificação em três grupos;
- Juridicamente diferenciados (nascimento/função);
- Independente da condição económica dos seus elementos.
2. Nobreza
- Costume ou tradição;
- Institucionalização de valores mentais e práticas medievais nas leis escritas;
- Estabelecimento de estatutos jurídicos de diferenciação social.
- Caracteriza-se por uma estratificação jurídica;
- Impõe valores e comportamentos sociais rígidos;
- A mobilidade social é praticamente inexistente exceptuando raras nobilitações feitas pelos monarcas.
1. Na riqueza
2. Na cultura, estilo de vida e alianças familiares.
- A sociedade de ordens;
- O Principio da desigualdade social;
- Privilégios
Isenção de serviço militar;
Isenção no pagamento de impostos e ainda cobrava a dízima.
Ocupavam altos cargos na corte e na administração pública e eram responsáveis pelo ensino.
Por nascimento
Detinham poder fundiário;
Exerciam funções militares e altos cargos políticos e administrativos.
Nobreza rural ou de solar;
Nobreza cortesã
Nobreza de espada;
Nobreza de sangue;
Nobreza de toga
1. Isenção do pagamento de impostos ao Estado;
2. Foro privado;
3. Cobrança de direitos senhoriais;
4. Desempenho de altos cargos político-administrativos.
Características:
Composta pelos estratos não privilegiados;
Inferior na consideração publica e nos cargos;
Prejudicada nas sanções penais e no pagamento de impostos.
Os camponeses (estrato maioritário): rendeiros, foreiros, jornaleiros e artesãos;
Burguesia: Mercadores e financeiros, letrados, mesteirais, assalariados não qualificados;
Marginais: mendigos, vagabundos, salteadores, meretrizes,;
Grupos étnicos: judeus e ciganos.
Sociedade heterogénea mas coesa na orgânica dos estratos e nas representações mentais;
Rigidez no cumprimento dos comportamentos sociais e dos códigos de etiqueta;
v Pelo trajo;
v Pela forma de apresentação pública;
v Pelas formas de saudação e tratamento;
v Pelas diferentes formas de convívio social.
v Os fundamentos do poder real
O REI
Vértice da hierarquia social
Legitimação do poder feita pela origem divina do mesmo.
É sagrado;
É paternal
É absoluto
É submetido à Razão (percepção superior das coisas).
Ele legisla;
Ele executa;
Ele julga
Tomou o lugar do Estado com o qual se identifica e confunde.
O rei torna-se o garante da ordem social estabelecida e é nessa qualidade que recebe, das mãos de Deus o seu poder.
A corte é o espelho do poder dos reis absolutos;
Quem não frequentava a corte virava as costas ao poder;
A governação era centrada e feita no palácio;
A corte representava o cume do poder e da força;
Imagem do país para o estrangeiro;
Cada gesto tinha um significado político, social e diplomático;
Carregadas de protocolo todas as cerimónias tinham significado político.
O ressurgir do mundo urbano;
O desejo de ascensão da burguesia;
O renascimento do Direito Romano que defendia a ideia do Estado centralizado;
O crescimento económico e o alargamento geográfico dos países.
Lutaram contra os privilégios e as imunidades;
Disciplinaram os privilegiados;
Rodearam-se de aparelhos de estado complexos e burocráticos;
Lançaram os fundamentos do Estado Moderno exercendo o poder de forma PESSOAL, ABSOLUTA e ÚNICA.
Concentrava na sua pessoa as entidades rei e estado, “L’état c’est moi!”
A nobreza ocupava os altos cargos do estado e da administração ultramarina, aumentando o seu poder e a sua riqueza;
À predominância política da nobreza fundiária, junta-se-lhe uma fidalguia mercantilizada “cavaleiro-mercador”que gastava os seus lucros em bens sumptuários, numa ostentação excessiva da sua condição.
A burguesia teve dificuldades em se afirmar atrofiada pelo protagonismo da nobreza, lugar que só vem a ocupar no século XVIII.
Criação das secretarias para a defesa, finanças e justiça;
Com a crescente centralização do poder, os monarcas (D. João V), reforçam o seu poder, esbatendo o peso politico da nobreza e apagando o papel das Cortes como órgão do Estado.
O rei acompanhava de perto os assuntos do reino não delegando ou desleixando as suas responsabilidades.
Controlo pessoal sobre a administração pública;
Superioridade face à nobreza;
Realce da figura régia através do luxo e da etiqueta;
Política de mecenato das artes e das letras (apoio aos artistas nacionais e estrangeiros);
Funda a Real Academia de História;
Empreende uma política de grandes construções;
Engrandecimento nas embaixadas estrangeiras enviadas a Paris, Roma, Viena, Madrid e China.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
A Regressão Demográfica do século XVII
- Taxas de natalidade elevadas
- Taxas de mortalidade igualmente muito elevadas
- Esperança de vida entre os 25/30 anos
- Taxas de substituição perto da unidade.
- Irregularidade das condições climatéricas;
- Más colheitas;
- Crises alimentares – subalimentação – fomes;
- Duras condições de vida material – longas jornadas de trabalho, insalubridade das habitações; promiscuidade e pobreza, falta de infra-estruturas de higiene pública e privada, vestuário exíguo.
- Guerras
- Pestes
Progressão demográfica e melhoria das condições de vida
Novo comportamento demográfico no século XVIII:
- Esperança de vida aumentou (35 /40 anos)
- Rejuvenescimento da população europeia;
- Taxas elevadas de natalidade e menores taxas de mortalidade.
- Progressiva melhoria climática (anos de boas colheitas, arranque da revolução agrícola, diminuição das fomes.)
- Progressos técnicos e económicos: maior produtividade, introdução de novas culturas, alargamento dos circuitos comerciais e fortalecimento fisiológico;
- Desenvolvimento da medicina com a descoberta das vacinas, aumento dos cuidados de higiene pública e privada.
Consequências:
- Fortalecimento dos laços afectivos nas famílias;
- Aumento da preocupação com a saúde e a educação das crianças.
- Crescimento elevado da população;
- Defende a redução voluntária da natalidade pela prática do celibato e casamento tardio.
Criação do aparelho burocrático do Estado absoluto no séc. XVII. O absolutismo
Depois da revolução da Independência, D. João IV iniciou a reorganização do aparelho
burocrático do Estado Português. Uma das grandes medidas foi a reorganização do conselho de estado (órgão consultivo criado em 1562). Passou a ser presidido pelo rei e constituído por três
secretárias:
⇒ Estrangeiros e guerras;
⇒ Marinha e ultramar.
demonstrar uma consolidação do absolutismo monárquico recusa as reuniões das Cortes,
verificando-se também um maior controlo sobre o aparelho burocrático do estado.
Foi na pessoa de D. João V que o absolutismo encontrou a sua expressão máxima. Apoiando-se no “Rei-Sol”, D. João V tentou igualmente controlar a nobreza, procurando expressar a sua
superioridade face à mesma, com luxos e adornos. Era o ouro que chegava das recémdescobertas minas do Brasil que alimentava esse mesmo luxo.
Em suma, a consolidação do absolutismo monárquico deu-se por um aumento do controlo do rei sobre o aparelho do estado que fez com que os conselhos perdem-se poder e as competências se centralizassem cada vez mais nas secretárias de estado, fazendo as cortes perderem importância.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A sociedade de ordens assente no privilégio e garantida pelo absolutismo
A sociedade do Antigo Regime tinha uma concepção rígida e hierarquizada. Cada ordem
correspondia a uma categoria social quer definida pelo nascimento, quer pelas funções sociais
que os indivíduos desempenhavam. Cada ordem tinha o seu código de conduta social, onde são especificadas as honras, direitos e deveres, que poderiam ir desde os símbolos sociais,
profissões e mesmo vestuário. Para além disto tudo, cada ordem tinha, também, especificidades no campo da justiça. Essas distinções eram garantidas pelos monarcas que legislavam nesse sentido, publicando leis sumptuárias, ou Pragmáticas. Assim, tratava-se de uma organização social rígida que só o rei podia abrir excepções.
Apesar da já falada hierarquia, a mobilidade social existia, sobretudo na ascensão do terceiro
estado (burguesia, especificadamente).
A burguesia, por ser uma ordem com bastante dinheiro, usufruiu de uma “subia rápida”,
devido ao declínio da nobreza de sangue, tornando-se assim pertencente à nobreza de toga. A
nobreza de sangue não resistiu à atracção da fortuna destes recém-chegados, casando os seus
filhos com os desta nova nobreza. Além do dinheiro, foram também a instrução e a dedicação
aos cargos de Estado desta burguesia que abriram as portas do topo, visto que os nobres
negligenciavam todo o tipo de conhecimento.
Quanto ao poder real, desde a idade média que se identifica com o poder supremo, próximo
de Deus e por ele legitimado. Segundo Bossuet, o poder real conjuga quatro características
básicas:
⇒ É sagrado, porque provém de Deus que o conferiu aos reis para que estes exerçam
em seu nome;
⇒ É paternal, por ser este o poder mais conforme com a natureza humana e, por isso, o
rei deve satisfazer as necessidades do seu povo;
⇒ É absoluto;
⇒ Está submetido à razão, à sabedoria.
Sociedade e poder em Portugal: preponderância de uma nobreza mercantilizada
Depois do duro golpe de Alcácer Quibir, Portugal já tinha em 1640 uma corte e um rei que
não dividia com o país vizinho.
Foram os nobres as “cabeças” deste restauro da monarquia portuguesa. A sociedade
portuguesa alicerçava-se numa estratificação de ordens, baseada na desigualdade entre as
mesmas, onde cada uma distinguia-se pelas formas de tratamento, vestuário e estatuto diferente perante a justiça.
Nesta época, o clero reforçou o seu poder, devido à inquisição e aos Jesuítas. Mantinha-se
ainda conservador, rejeitando o progresso, o que conduziu a um bloqueio cultural do país.
A nobreza, por seu lado, tornou-se uma ordem poderosa, devido ao “nascimento” de uma
nobreza mercantilizada que ocupava os cargos de direcção do comércio ultramarino.
A nobreza passou a estar dividida em quatro estratos:
- Cortesã – da corte régia, patente no palácio real e usufruidora de bens e regalias
reais; - Espada/sangue;
- Toga;
- Mercantilizada.
Esta última era uma parte da nobreza que estava ligada ao comércio marítimo e aos cargos
administrativos no Império. O comércio foi um modo fácil de adquirir riqueza, complementando a condição de proprietários de grandes terras, onde era, também, onde iam parar os ganhos desse comércio: na compra de mais terras e bens luxuosos. Essa “estratégia” de ganho e poder fazia com que se tornasse mais difícil a afirmação da burguesia, impedindo assim as práticas capitalistas da actividade comercial. Outros dos grandes obstáculos à ascensão da burguesia foi a perseguição da Inquisição dos Judeus, já que eram estes os mais activos e ricos no mundo comercial da época.
Este atraso provocou um bloqueio do sistema produtivo e a um atraso económico de Portugal
em relação a outros países da Europa.
População da Europa nos sécs. XVII e XVIII: crises e crescimento
O século XVII foi um século sombrio e difícil. Com graves problemas, a população da altura
ora aumentava, ora estagnava, chegando por vezes a diminuir. O crescimento demográfico não
seguia um padrão estável.
As taxas de mortalidade e natalidade permaneceram altas durante esse século, o que fazia com que a esperança média de vida fosse bastante reduzida
(25-30 anos), surgindo assim sucessivas crises demográficas. No entanto, a essas crises
sucediam períodos de acalmia em que se intensificava a nupcialidade e crescia a diferença entre o número de nascimentos e óbitos.
Como toda a causa nasce de algum problema, estas oscilações demográficas no século XVII
têm nascimento em quatro grandes problemas:
- Irregularidade das condições climatéricas – invernos rigorosos alternavam com
verões particularmente frescos e húmidos que afectaram as colheitas. Más produções
agrícolas provocam crises alimentares que geram subnutrição e fome. As crises de
subsistência sucedem-se devido à subida dos preços. - Economia pré-industrial – o facto da base económica ser a agricultura e não existir na
mesma um progresso tecnológico eficaz para combater as pragas, obrigava o camponês
a estar à mercê das condições climáticas e da fertilidade natural do solo. As longas
jornadas de trabalho, a pobreza e a precariedade das estruturas de higiene e saúde,
enfraqueciam os corpos e organismos, levando ao próximo problema: - Doenças – é nos corpos debilitados que as doenças se instalam com maior facilidade.
As epidemias, ao contrário das fomes, atingiam todos, mesmo os mais ricos, obrigandoos
a fugir. - Guerras – este século foi um século de guerras permanentes, provocando a destruição
de terras, paralizamento da economia, subida dos impostos e proliferação de epidemias.
(Neste campo, destaque para a guerra dos 30 anos)
Esta conjuntura estendeu-se até às primeiras décadas do século XVIII. A partir dos anos 30 desse mesmo século, a situação modifica-se, instalando-se um clima de crescimento próspero.
O crescimento ininterrupto do séc. XVIII é explicado por diversas razões: - Melhoria das condições climatéricas;
- Boas colheitas, o que provoca a diminuição das fomes e o arranque da revolução
agrícola; - Progressos técnicos e económicos (indústria, transportes);
- Desenvolvimento da medicina (prática das quarentenas, vacinação, obstetrícia);
- Melhoria das condições higiénico-sanitárias.